"O maior prazer de um homem inteligente é bancar o idiota diante de um idiota que banca o inteligente"
Confucio
Confucio
sexta-feira, 20 de julho de 2012
Rolando Boldrin e seus "causos"
Eu cresci ouvindo samba-canção e chorinho por parte de pai, Beatles e Rolling Stones por parte de irmão. Sim, tenho um gosto musical bastante eclético. Para mim, existem dois gêneros de música: “gosto” e “não gosto”.
Uma coisa que também não faço é patrulhar a vida alheia. Gosto não se discute, até se lamenta, mas jamais se impõe. Portanto, se vós, caro leitor, sois fã dessa música que faz sucesso hoje no Brasil; não serei eu a pessoa a criticar-vos.
Por outro lado, tenho todo o direito de dizer do que gosto ou não gosto, sem que me encham o saco por causa disso. Não, não sou elitista, intelectual nem metida à besta. Só gosto daquilo que, na minha percepção, é música boa.
Tudo isso só pra dizer que não gosto de música sertaneja, mas adoro música caipira; que alguns gostam de chamar: “música de raiz”.
E falar de música caipira e não falar de Rolando Boldrin seria uma insanidade. E uma falta de respeito!
Assistir ao Sr. Brasil, programa que já teve tantos nomes, mas manteve-se sempre fiel ao seu estilo e aos seus propósitos, é um prazer enorme. Não só pela música de qualidade que se respira por lá, mas também e até principalmente, pela simpatia e genialidade de seu apresentador. O ator Rolando Boldrin e seus "causos" contados com tanta maestria são um verdadeiro bálsamo nas noites de quinta-feira. E como se não bastasse tanta coisa boa, no programa exibido ontem (19 de julho de 2012 pra quem estiver lendo isso sei lá quando) se exibiram por lá os fantásticos Demônios da Garoa. Aí já é covardia com o coração desta que vos escreve. Impossível não me lembrar de meu pai e seus amigos violeiros e das rodas de samba às tardes de sábado na casa em que eu cresci. Meu pai não sabia tocar mas gostava de soltar a voz , imitando Nelson Gonçalves! E eu, muito pirralha e atrevida, cantava “Trem das Onze”, para orgulho do meu velho!
Ah, mestre Rolando, ontem você judiou do meu coração. Mas foi uma “judiera” boa, daquelas que a gente chora com um sorriso nos lábios e o coração leve.
Valeu, mestre!
Abaixo, um saboroso encontro entre Almir Sater e Rolando Boldrin, em "Sr. Brasil".
Abaixo, um texto que escrevi para meu pai, em 2009.
"Eu era a mascote"
Sempre aos sábados. Depois do almoço. O violão era dele, mas não sabia tocar,então chamava o amigo. E vinham os outros. E vinha o irmão. E nos fundos da velha oficina, onde fazia sua arte em madeira, cantava seus amores, sua saudade, sua juventude. E era feliz, magnificamente feliz em sua simplicidade. Eram chorinhos, sambas e boleros. Mas quem cantava "Trem das Onze" era eu. E então, meu pai deitava sobre mim seu olhar misto de orgulho e carinho - não canta bem, a minha menina?
Saudade, meu velho, há dez anos não canta mais. Mas o seu olhar levo comigo, dentro do peito. Te amo, pai.
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